Um dos obstáculos para investir em energia solar é a falta de conhecimento sobre o assunto. Muita gente entende que essa é uma oportunidade vantajosa, mas ainda tem vários questionamentos quanto ao tema, o que causa insegurança. Consegue se identificar? Nesse cenário, uma das maiores dúvidas é em relação aos créditos de energia solar.
Esse conceito está relacionado ao funcionamento específico da geração energética proveniente do sol, portanto, conhecê-lo ajuda a explorar melhor o investimento nesse tipo de energia. Depois de entendê-lo, você pode até se animar para adotar tal possibilidade na sua casa ou empresa. A seguir, veja o que são os créditos de energia solar e descubra como utilizá-los da maneira adequada.
Afinal, o que são créditos de energia solar?
Quando um imóvel conta com um sistema fotovoltaico, ele gera uma determinada quantidade de kilowatts-hora. Esse valor depende do potencial de equipamentos como os painéis solares. A energia, então, é utilizada na propriedade.
Contudo, nem sempre a geração é igual ao consumo. Em um horário de pico, com o sol a pino, é comum que as placas gerem muito mais energia do que é consumida. Por outro lado, à noite não há produção, mas ocorre o gasto.
Essa diferença nos valores dá origem aos créditos de energia solar, que surgem quando um imóvel gera mais energia do que usa. Imagine que, em um mês, uma casa gerou 500 kWh, mas só gastou 400 kWh. Nesse caso, há 100 kWh de créditos.
Considerados os excedentes entre produção e gasto, é como se fossem o “troco” que o consumidor obtém a partir do uso de seu sistema solar.
Como eles são utilizados?
Basicamente, os créditos de energia solar são usados para conseguir redução nos valores na conta de luz. Pense em um consumidor que tem 100 kWh para abater, devido à geração, e que, no mês seguinte, recebe uma conta de luz de 500 kWh. Por causa do período de chuvas, o sistema só produziu 350 kWh. Então, ele deve 150 kWh à concessionária, certo? Porém, ele ainda tem 100 kWh de crédito. Como resultado, só precisará pagar 50 kWh naquele mês.
Portanto, esses elementos são utilizados para executar abatimentos na conta de luz, o que gera ótimos benefícios para quem tem sistema de energia solar em casa.
Qual é a regulamentação existente?
Para garantir que a obtenção e a compensação dos créditos de energia solar ocorram de forma padronizada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem regulamentações sobre essa etapa.
Em primeiro lugar, só é permitido que consumidores cativos utilizem o sistema de compensação, ou seja, apenas quem consome a energia diretamente da concessionária pode participar do processo.
Além de tudo, é obrigatório realizar um cadastro na fornecedora de energia. Isso é necessário para garantir o controle de geração e dos valores.
De acordo com a regulamentação, a concessionária não pode se negar a incluir um consumidor apto a ser minigerador de energia. Depois de fazer o cadastro, o cliente realiza algumas modificações específicas e recebe o relógio de medição nas duas direções.
Os créditos acumulados têm validade de 60 meses e são compensados, automaticamente, nas contas de energia dos meses seguintes. Caso a produção seja maior ou igual ao consumo, a Aneel também determina o pagamento da taxa mínima de disponibilidade, de modo a garantir uma relação benéfica para ambos.
Como é feita a compensação de créditos?
Depois de entender o que são os créditos de energia solar, é o momento de compreender como é feita a compensação. Afinal, é graças a essa etapa que há vantagem no uso desses créditos.
Assim que um imóvel é autorizado a ser um micro ou minigerador de energia fotovoltaica, é instalado um relógio que faz uma medição dupla, verificando dois valores: o total produzido pelas placas e o quanto foi consumido ao longo do período de avaliação.
A energia excedente é jogada na rede elétrica, de modo que outras pessoas podem utilizá-la. Já o que é gasto, em geral, vem dos postes e é marcado normalmente.
Em alguns estados, há a cobrança de impostos sobre a geração de energia. Nesse caso, o total dos créditos é reduzido, mas ainda é vantajoso.
Ao final do mês, a concessionária de energia elétrica verifica se ocorreu mais consumo ou mais produção. Se o imóvel gerou mais do que utilizou, novos créditos são conquistados. Já se houve um uso maior, os valores previamente acumulados são compensados de forma automática.
Outro ponto importante da compensação é que ela é feita por kilowatts-hora e não por preço. Assim, é possível se prevenir contra elevações na tarifa, por exemplo.
Quais são os benefícios para quem utiliza?
Os créditos de energia solar são os grandes responsáveis pelas vantagens de adotar um sistema fotovoltaico. As suas características trazem benefícios importantes e que tornam esse investimento ainda mais interessante. Entre os pontos positivos, estão:
Redução nos custos
Graças à existência e ao emprego dos créditos, os imóveis com um sistema de energia solar experimentam uma redução nos gastos com a conta de luz. Por causa da compensação, o total de kilowatts-hora a pagar é menor. Isso porque, como o preço depende do volume, os custos são reduzidos.
Em locais com grande incidência solar, a quantidade acumulada é ainda maior, o que torna a economia reforçada.
Proteção contra aumentos
Se a compensação acontecesse em reais, o consumidor poderia experimentar perdas. Se a tarifa subisse de um mês para o outro, os valores acumulados sofreriam com a “inflação”.
O fato de os créditos serem baseados em kWh, por outro lado, protege o consumidor contra tais elevações. Com um bom nível de geração de energia fotovoltaica, portanto, é possível até ficar imune aos constantes aumentos da tarifa tradicional.
Compensação descomplicada
Se a utilização dos créditos de energia solar fosse burocrática, provavelmente eles não seriam tão interessantes. Um dos benefícios desses elementos, portanto, é que a compensação acontece de forma descomplicada e automática.
Graças à medição bidirecional, a concessionária sabe quais são os valores referentes a cada cliente e dão os descontos devidos. Assim, não é preciso se preocupar em correr atrás do abatimento.
Capacidade acumulativa
Outro ponto muito importante desses elementos é que eles são cumulativos. Por causa da validade de 60 meses, é possível juntá-los quando eles não são gastos em uma só conta.
Como resultado, não há a “perda” de geração de energia, já que os valores serão compensados na primeira oportunidade. Assim, o retorno do investimento no sistema é ainda maior.
Os créditos de energia solar são fundamentais para garantir um uso vantajoso do sistema fotovoltaico. Ao entender como eles são utilizados e compensados, realizar esse investimento fica ainda mais atraente!
Gostou deste artigo? Então baixe nosso e-book sobre créditos de energia e entenda ainda melhor esse conceito!