O Brasil é conhecido por suas altas temperaturas, e o calor intenso não só nos faz buscar alívio nos condicionadores de ar, mas também tem um impacto significativo no setor de energia solar fotovoltaica. Neste artigo, exploraremos como o clima quente influencia tanto o consumo de eletricidade quanto a eficiência dos sistemas fotovoltaicos.
Aumento na Demanda de Energia Elétrica
Quando o calor se intensifica, o consumo de energia elétrica sobe, à medida que utilizamos mais aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores para nos mantermos frescos. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) observou um aumento significativo na demanda de eletricidade, com previsões de crescimento de 5,8% em setembro em comparação com o mesmo período no ano anterior. O fenômeno das temperaturas mais elevadas é uma das principais razões para esse aumento.
Impacto Regional
A região Sudeste-Centro-Oeste, que concentra o maior consumo de energia do país, deve experimentar um aumento de 6,1% na demanda neste mês. No Sul e no Nordeste, são esperados aumentos de 3,8% e 4,2%, respectivamente. A região Norte, por sua vez, registra uma aceleração mais expressiva, com um aumento previsto de 10,6%. Esse aumento é atribuído não apenas ao calor, mas também à retomada das atividades de consumidores livres na região.
Energia Renovável para o Resgate
Apesar de um apagão ocorrido em agosto, o Sistema Interligado Nacional (SIN) está preparado para lidar com esse aumento na demanda. Isso se deve, em grande parte, à boa oferta de energia hidrelétrica e de fontes renováveis. No Brasil, 52% da matriz energética é composta por hidrelétricas, e o nível dos reservatórios representa o estoque de energia. Atualmente, os reservatórios estão em boa condição, com mais de 70% de energia armazenada em várias regiões do país.
Impacto no Setor Fotovoltaico
O calor intenso não apenas impulsiona o consumo de energia elétrica, mas também desperta o interesse dos consumidores por soluções que reduzam suas contas de luz. Isso tem levado ao crescimento das vendas no mercado de energia solar, principalmente nos setores residencial e comercial. No segundo trimestre de 2023, os consumos nesses setores aumentaram 6,6% e 4,2%, respectivamente, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Além disso, as altas temperaturas têm um efeito positivo na produção de energia elétrica a partir de fontes fotovoltaicas, pois a maior irradiação solar aumenta a eficiência dos sistemas. No entanto, é importante destacar que temperaturas extremamente elevadas podem comprometer a eficiência dos módulos fotovoltaicos devido ao superaquecimento.
Clareza para Melhor Desempenho
É fundamental que os integradores de sistemas fotovoltaicos compreendam a relação entre a temperatura e as variáveis elétricas desses sistemas. Em dias de calor intenso, a tensão e a potência dos módulos fotovoltaicos podem diminuir proporcionalmente devido aos coeficientes de temperatura presentes nas especificações dos módulos. Isso significa que, em dias muito quentes, a geração de energia pode ser reduzida, o que os clientes podem interpretar como uma queda no desempenho do sistema.
Para evitar mal-entendidos, os integradores devem explicar aos clientes que essa redução na geração de energia é um comportamento esperado dos módulos em resposta às altas temperaturas, e não uma falha no sistema.
Em resumo, o clima quente no Brasil não apenas aumenta a demanda por eletricidade, mas também impulsiona o interesse pela energia solar fotovoltaica. No entanto, é importante entender como as altas temperaturas afetam os sistemas fotovoltaicos para garantir o melhor desempenho e satisfação do cliente. Com a combinação certa de conscientização e tecnologia, podemos colher os benefícios do sol escaldante para gerar energia limpa e econômica.