A matriz energética brasileira é o conjunto de recursos de energia usados no país com a finalidade de atender à demanda por eletricidade. A matriz distribui por setores comerciais, industriais e residenciais. A origem da energia pode ser de natureza renovável ou não renovável.
No Brasil, essa matriz é muito diversificada, o que representa uma boa vantagem. Inclusive o país se destaca por suas fontes renováveis de energia, ou seja, aquelas que se renovam no meio ambiente em um período curto.
Os países procuram dar prioridade aos recursos mais viáveis economicamente e cuja disponibilidade seja alta. Saiba mais sobre a matriz energética brasileira lendo o nosso artigo!
As características da matriz energética brasileira
A matriz energética brasileira é uma das mais renováveis entre os países industrializados, onde a utilização de fontes não renováveis ainda é grande. Assim, enquanto, no mundo, o uso de fontes não renováveis é de 85,9%, no Brasil esse uso é de 56,5%.
Quanto às fontes renováveis, no Brasil o percentual é de 43,5%, enquanto no mundo é de apenas 14,1%.
Estes são os percentuais relativos a cada fonte de energia empregada no Brasil:
- hidráulica ou hídrica: 60%;
- fóssil: 15%;
- eólica: 8%;
- biomassa: 9%;
- importação: 5%;
- nuclear: 1%;
- solar: 0,8%.
A matriz energética não renovável brasileira
O petróleo
O petróleo é usado em usinas termoelétricas e também para fornecer energia aos veículos automotores (gasolina, diesel, querosene).
As mais importantes bacias petrolíferas são:
- Bacia de Campos, a maior do país (estende-se do Rio de Janeiro ao Espírito Santo);
- Bacia de Santos;
- Bacia do Espírito Santo;
- Bacia do Recôncavo Baiano.
Há alguns anos, o Brasil importava aproximadamente 60% do petróleo, mas hoje ele mesmo produz a quase totalidade do petróleo que utiliza.
O carvão mineral
O carvão mineral também integra a matriz energética brasileira. Além de ser usado na produção de energia termoelétrica, ele é a matéria-prima mais importante em indústrias siderúrgicas.
O carvão mineral é produzido no Vale do Tubarão (SC) e no Vale do Rio Jacuí (RS).
Infelizmente, o carvão mineral nacional não apresenta boa qualidade, levando à importação de cerca de 60% do total consumido no Brasil.
O gás natural
Como o petróleo e o carvão mineral, ele é classificado como combustível fóssil. Sua produção é feita em conjunto com o petróleo. Corresponde a cerca de 10% da produção de energia do país.
Ele é mais utilizado na geração de gás de cozinha, no abastecimento de usinas termoelétricas, indústrias e produção de combustíveis para veículos automotores.
A energia nuclear
O uso da energia nuclear foi programado no começo da década de 1960, mas sua implantação data de 1969 (Programa Nuclear Brasileiro).
A primeira usina nuclear apareceu no Brasil em 1981, em Angra dos Reis (RJ). Recebeu o nome de Angra I e encontra-se atualmente fechada. Em parceria com a Alemanha, desenvolveram-se os projetos de Angra II e Angra III. Angra II está funcionando desde o ano 2000, mas Angra III ainda não foi terminada.
Além de envolver custos altos e baixo nível de produção (1% da produção nacional), ela oferece riscos altos ao meio ambiente e à população devido à destinação errada do lixo radioativo e a possíveis vazamentos e acidentes.
A matriz energética renovável brasileira
A energia hidrelétrica
Existem muitas hidrelétricas no nosso país por causa da abundância de recursos hídricos, já que há mais de 12 mil rios. Pesquisas feitas para estudar o potencial hidrelétrico no Brasil começaram na década de 1940, sendo organizados por uma empresa do Canadá e o Banco Mundial.
A infraestrutura da maior parte das hidrelétricas constitui um obstáculo para aumentar a produtividade. Nossas usinas funcionam, em sua maioria, no regime fio de água, que não permite o armazenamento, pois não conta com reservatório.
Conforme o Ministério de Minas e Energia, a capacidade energética dos rios do país pode alcançar até 258.410 MW (megawatts), mas somente 28,2% desse potencial é aproveitado.
Entre as hidrelétricas, temos:
- Itaipu (Rio Paraná), com 14.000 MW;
- Tucuruí (Rio Tocantins), com 8.370 MW;
- Ilha Solteira (Rio Paraná), com 3.444 MW;
- Xingó (Rio São Francisco), com 3.162 KW;
- Foz do Areia (Rio Iguaçu), com 2.511 MW;
- Paulo Afonso (Rio São Francisco), com 2.462 MW.
Os biocombustíveis
São fontes de energia relativamente recentes no nosso país e originam-se de produtos vegetais, como cana-de-açúcar e mamona.
Por ser fonte de energia renovável e mais limpa, sua utilização é muito recomendada porque não causa tantos impactos no meio ambiente. Entretanto, muitos ambientalistas alegam que são devastadas diversas áreas naturais para o plantio das matérias-primas que são a base dos biocombustíveis.
Os biocombustíveis mais usados no Brasil são o etanol (o álcool), o biogás e o biodiesel. Biomassa é o nome dado a toda matéria orgânica, vegetal ou animal que é empregada na produção de energia. Além de renovável, tem custos baixos, emite poucos gases poluentes e muitos materiais servem para a sua produção.
A energia eólica
O Brasil produz pouca energia a partir dos ventos, ainda que sua exploração (e a de todas as fontes de energia renováveis) tenha crescido nos últimos anos.
Até fevereiro de 2018, existia capacidade instalada de geração de 13,01 GW (gigawatts). Havia até aquele mês 518 parques eólicos e aproximadamente 6.600 turbinas eólicas.
Os estados com mais parques eólicos são Rio Grande do Norte, Bahia, Rio Grande do Sul e Ceará.
Alguns parques eólicos do Brasil:
- Complexo Eólico Alto Sertão I, no semiárido da Bahia: o maior do país e da América Latina;
- Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul;
- Parque Eólico Alegria, no Rio Grande do Norte;
- Complexo Eólico Ventos de Santa Joana, no Piauí.
A energia solar
A energia solar é captada a partir de painéis fotovoltaicos (cuja principal matéria-prima é o silício), que são instalados, preferencialmente, nos telhados das casas, empresas e estacionamentos. Os painéis são compostos por células que transformam a energia captada em eletricidade.
Existem os sistemas on-grid (tie-grid) e off-grid. No primeiro, o sistema está conectado à rede de distribuição elétrica pública. O inversor muda a corrente contínua em corrente alternada que será distribuída pelo imóvel. A energia gerada que não é consumida é enviada para a rede, e o consumidor recebe créditos na conta mensal, ou seja, descontos.
No sistema off-grid, a energia é armazenada em baterias e precisa de controladores de carga. Nesse caso, os custos são mais altos, mas é possível desligar-se da rede de energia pública.
A energia solar também é usada em sistemas de aquecimento de água.
Em 2019, o país deverá dar um salto de 44% em sua capacidade instalada de energia solar. Os investimentos com a geração distribuída (GD) tendem a ser recuperados em um prazo de três a sete anos. A GD consiste na instalação de sistemas fotovoltaicos para atender às necessidades de residências, estabelecimentos comerciais e indústrias.
A matriz energética brasileira é variada e predominantemente renovável. O consumidor precisa estar atento às inovações que vão surgindo no setor energético e priorizar as fontes renováveis, pois elas são mais sustentáveis e contribuem para economizar gastos.
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