Energia solar por assinatura: entenda como funciona

Atualmente há mais de 5.600 pessoas que utilizam a energia solar compartilhada no Brasil

 

A conta de luz no Brasil é a segunda mais cara do mundo. A conta seria equivalente a 34,2% do orçamento mensal do brasileiro, em um valor de R$ 462,72. Dados são da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

 

“Os gastos com a luz fazem os brasileiros até mesmo recorrerem a meios ilícitos, como o famigerado “gato”, explica Luiz Alberto Wagner, CEO da HCC Energia Solar. “A energia solar seria uma auxiliadora nesse caso”, diz.

 

Energia solar por assinatura

Quando falamos de outros países, como os europeus, o modelo de “comunidades solares” se baseava em cooperativas ou consórcios de consumidores, que juntos viabilizavam a instalação de pequenas usinas, compartilhando da energia produzida, mesmo que distante do local de consumo.

 

Com a autorização do governo federal para implantação de pequenas usinas, de até 5 MW (megawatts), surgiram as chamadas “fazendas solares”. Similares ao conceito de fazenda mesmo, a “colheita” da energia é colocada à disposição dos clientes a partir da distribuidora local, e a cota é contratada para consumo na forma de assinatura mensal.

Essas fazendas solares são instaladas em pontos de alta irradiação, com equipamentos específicos para armazenamento de energia para posterior distribuição. Para o consumidor final, é como se estivesse alugando um lote nessa fazenda, para usar em sua casa.

 

“Nessa modalidade, o proprietário da unidade consumidora passa a ser associado de um empreendimento ou fazenda solar, podendo receber os créditos da geração de energia oriunda de fontes sustentáveis”, comenta Luiz Alberto Wagner.

 

Mercado em crescimento

Entre 2015 e 2016, a Aneel criou o modelo de geração distribuída, em que a produção é feita não em grandes usinas, mas em pequenas unidades geradoras, com capacidade de até 5 MW (megawatts), na própria unidade consumidora ou em algum local próximo.

 

Desde 2020, a geração distribuída passou a representar a maior parcela da geração solar fotovoltaica no Brasil, representando 67% da capacidade instalada brasileira em março de 2022.

 

Uma vantagem da assinatura é que o preço não acompanha os aumentos e bandeiras tarifárias. O valor referente aos créditos adquiridos é atrelado à produção da fazenda solar, e não à das hidrelétricas. Dessa forma, fica descolado de eventuais eventos climáticos que afetam as estações de chuvas.

 

“Outro ponto é não haver obrigatoriedade de fidelidade ao plano contratado. A assinatura da pode ser cancelada, diferentemente da instalação das placas, que precisam ser adquiridas. Caso o cliente mude de endereço dentro da área de cobertura da distribuidora, a assinatura continua válida, sem precisar de alterações”, diz o empresário.

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