Todo ano assistimos o crescimento da energia solar em relação ao ano anterior. Tratando somente da Geração Distribuída crescemos nesse ano quase 30% em relação a 2020. E a perspectiva é de mais um aumento para 2022, projeções mais otimistas chegam a mais de 50% de aumento, o que poderia representar mais de 5GW em conexão.
Esse otimismo está alicerçado na aprovação do projeto de Lei PL 5829/10. Nesse sentido teremos um ano de vacância até a entrada definitiva do novo modelo de compensação. Dentro dessa janela, ainda temos um potencial crescimento das conexões remotas, local onde o impacto da nova tarifação será maior.
Outra variável que surge no horizonte de 2022 é a tarifa de energia elétrica nas alturas, isso se deve a uma CDE elevada e o financiamento do sistema provocado pela escassez hídrica em 2021, além de dólar e inflação em alta.
No meu entendimento após o “Boom” de 2022, teremos anos de estabilização no mercado de energia solar principalmente em 2023. A tendência é que possamos crescer em patamares maiores do que em 2022 somente em 2025, já em um movimento de expansão e difusão em massa para o modelo de geração distribuída.
Outro fator que pode impulsionar o novo modelo de compensação são os sistemas de armazenamento. Recentemente fiz uma simulação de previsibilidade de retorno do investimento de projetos híbridos com um modelo de compensação cobrando a TUSD fio B, o resultado é que a partir de 2027 teremos paybacks inferiores a 4 anos para projetos híbridos, ou seja, há uma tendência tecnológica se aproximando para revolucionar ainda mais a maneira como usamos energia elétrica.
Sobre a tecnologia de módulos e inversores percebemos uma melhora significativa nas eficiências e nos modelos usados no mercado. Praticamente 95% dos nossos sistemas instalados geram a mais do que o projetado. Esse número comprova o quanto a tecnologia fotovoltaica é confiável e o quanto o resultado é ainda mais rápido do que inicialmente projetado. Se seguirmos com uma elevada evolutiva podemos ao longo do tempo diminuir o LCOE dos projetos e tornar a energia solar ainda mais barata ao longo da vida útil do projeto.
Dentre os segmentos econômicos, o residencial deve ser o mais crescente do nicho, até por que há um consenso de que a energia solar funciona muito bem para pequenos consumos, somados a isto temos a pressão tarifária que colocou em risco as contas de uma casa. O segmento rural também deve continuar usando mais energia solar, a tendência se deve a combinação de eficiência de produção com custos e o fim dos subsídios da tarifa que deve colocar esse tipo de consumidor em apuros até 2024.
Outro fator novo que pode impulsionar ainda mais a energia solar é a onda de eletrificação dos veículos. Em 2021 os combustíveis passaram por um aumento sem precedentes, tornando cada vez mais próximo o retorno do investimento adicional em veículos híbridos ou totalmente elétricos. A demanda de energia elétrica pode aumentar consideravelmente com o carregamento dessa frota crescente, nesse contexto, a expansão da energia solar para alavancar os abastecimentos pode provocar um aumento na procura por projetos fotovoltaicos. Cada veículo elétrico a mais, corresponde a um sistema de 5kWp, portanto, mais uma grande notícia para o setor solar, que deve crescer sustentado nesse aumento da frota elétrica.
Diante de todo esse contexto de prosperidade, teremos sim em 2022 o melhor ano da energia solar no Brasil, uma verdadeira revolução energética que irá transformar o mundo.