O que aconteceu com o mercado de energia solar em 2022

mercado de energia solar teve mais um ano de crescimento, embora não tenha sido conforme o esperado. Houve um acréscimo além de 50% em um período um pouco maior que seis meses.

Ainda que não se revele um mau resultado, ele decepciona porque as expectativas eram de que o negócio cresceria o dobro. Os instaladores e distribuidores de energia solar estavam aguardando uma alta demanda pelos sistemas fotovoltaicos. Veja mais sobre esse cenário, agora!

Resumo da situação em 2021

Em 2021, houve um recorde de crescimento de 20% em relação ao ano de 2020. O fato é que, mais uma vez, tivemos crescimento expressivo de conexões de Geração Distribuída Solar no Brasil, certamente, impulsionado por dois fatores.

O primeiro foi a retomada econômica após o ano do pico da pandemia. Vimos um crescimento notável da economia após a recessão profunda vivida em 2020. Setores que foram muito impactados pelas restrições de circulação começaram a aquecer novamente.

Isso ocorreu mesmo com o agravamento da crise sanitária, até maio de 2021, com a segunda onda de Covid-19 atingindo em cheio o país. Com o andamento das vacinas, o cenário começou a estabilizar. Assim, tivemos um segundo semestre de mais otimismo e de redução significativa do número de casos e mortalidade, impactando positivamente a economia.

O segundo fator foi o aumento expressivo da conta de energia elétrica, principalmente, no segundo semestre de 2021. Com uma das maiores secas do país vivida naquele ano, tivemos o esgotamento dos nossos recursos hídricos. Isso comprometeu significativamente a geração de energia elétrica no Brasil, que possui sua matriz predominantemente hídrica.

Com o acionamento das termoelétricas para evitar apagão, vivemos um momento delicado e de forte exposição a uma energia mais cara. O resultado disso foi um aumento na conta de energia de todos brasileiros, que superou os 20%. Refletindo-se no contexto da energia solar, esse movimento trouxe uma aceleração na procura por soluções que possam reduzir esse impacto e, consequentemente, um boom de pedidos a integradores de todo país.

Projeto de Lei nº 5829/2019

Outro ponto que marcou o ano de 2021 foi a aprovação no congresso do PL 5829/2019, o projeto que prevê um novo mecanismo de compensação de energia solar, foi amplamente discutido até que chegamos a um texto de consenso. Embora o texto não seja o melhor dos mundos para a geração distribuída traz segurança a investidores e prevê uma mudança gradual no modelo de compensação até 2029.

Crises de 2021

É claro que nem tudo foram flores no mercado de energia solar em 2021. Tivemos fortes oscilações no custo e disponibilidade de equipamentos, principalmente módulos fotovoltaicos, além disso o dólar teve oscilações grandes durante o ano o que provocou muito descompasso entre vendas e custo de produtos. Outro ponto crítico foi em relação a logística internacional, que congestionada, por falta de containers, problemas de pandemia, fenômenos climáticos e aumento repentino de demanda aumentou o preço do frete marítimo em até 400% no ano e ainda muitos atrasos na entrega.

Mas, sem dúvidas, a crise de disponibilidade do Poli silício, matéria-prima fundamental para os módulos fotovoltaicos, acarretaram na maior crise do setor do ano, os preços dispararam mais de 20% em apenas uma semana, a China com problemas de energia teve que reduzir sua produção para evitar o apagão e, na outra mão, uma demanda mundial acelerada pelos avanços na descarbonizarão, uma combinação imperfeita para abalar o setor. Com a disparada do preço o mercado na ponta sentiu uma retração nos meses de outubro e novembro e começou a se movimentar novamente para o patamar de setembro após a estabilização do preço.

Eventos presenciais

O segundo semestre de 2021 também ficou marcado pela retomada de eventos presenciais e a Intersolar South América em São Paulo foi um marco para o setor solar, embora muitos expositores de fora não pudessem comparecer devido a algumas restrições da pandemia, tivemos um movimento recorde que superou até o mesmo as feiras da Europa e a própria Intersolar de 2019. O evento mostrou a força do setor que somente na geração distribuída já movimenta mais de 10 bilhões de reais no Brasil.

Conclusão

Diante de todos esses acontecimentos, é viável dizer que 2021 foi um ano espetacular por que vimos nosso setor crescer, novas empresas nascerem e, mais do que isso, vimos o consumidor cada vez mais consciente da importância da energia solar para sua vida, o que de fato abriu caminho para um 2022 ainda mais acelerado.

O que aconteceu em 2022

O Brasil, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), alcançou a marca de um milhão de sistemas de energia solar. Isso representa um aumento de 30% GW, comparado ao segundo semestre de 2021.

Houve uma queda no preço dos equipamentos. No período de 10 anos, eles ficaram até 80% mais baratos. Além disso, a economia com a conta de energia e os novos hábitos de consumo da população motivaram o crescimento.

Alguns motivos que contribuíram para o acréscimo inferior às expectativas foram a alta nos endividamentos e a elevação da taxa de juros. Dessa forma, ficou mais difícil fazer financiamentos, que são fundamentais para o desenvolvimento do mercado de energia solar. Isso porque os custos iniciais para a instalação ainda são muito altos.

Os juros elevados tendem a encarecer o crédito, também. O endividamento, por sua vez, aumenta os riscos de inadimplência e, portanto, diminui as possibilidades de as famílias terem acesso às linhas de crédito.

Ao final de setembro, considerando o último trimestre de 2022, o cenário que se desenhou foi mais moderado. Espera-se que o ano de 2022 se encerre como o de maior expansão de energia solar nos últimos dez anos. Existe, inclusive, a possibilidade de investir R$50 bilhões na economia, gerando 350 mil vagas de empregos na área.

Criação do Marco Legal da Energia Solar

Um dos modos de alcançar essa meta é se valer da Lei nº 14.300/2022, o Marco Legal da Energia Solar, que inovou o mercado de energia solar. Uma das mais importantes mudanças na legislação é a taxação do sol.

O pagamento dessa taxa modifica a composição da conta de energia elétrica. Refere-se ao Fio B, uma parte do TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), um dos mais importantes elementos que compõem a tarifa de luz.

O Fio B envolve os gastos referentes ao uso da infraestrutura da rede de distribuição da concessionária local até os pontos de consumo, que podem ser residências, indústrias, estabelecimentos comerciais e agronegócio.

As expectativas para 2023

Com a nova legislação, a conta de quem vai adotar a energia solar em 2023 terá um aumento. A partir de 7 de janeiro, as instalações pagarão taxa pela utilização da rede de distribuição.

Para os consumidores que já contam com um sistema de geração e para os que solicitarem o acesso até o dia 6 de janeiro de 2023, haverá isenção da taxa Fio B até o ano de 2045. Mesmo considerando o custo com a taxa Fio B, adotar a energia solar continua sendo a melhor opção para quem deseja economizar nas contas de luz.

Considerando que quanto antes você migrar para o sistema de energia fotovoltaica, ficará isento de assumir essa taxa até 2045, aproveite para entrar no mercado de energia solar e adotar essa solução sustentável.

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