Energia Solar em São Paulo: O que falta para o estado mais rico do Brasil ter participação mais ativa na Energia Solar?

Semana passada eu fiz um artigo onde trouxe números de difusão da energia solar no Brasil, em especial no estado de São Paulo. Com a repercussão do conteúdo, recebi algumas contribuições e volto a falar sobre esse assunto para entendermos o que falta para o Estado mais rico do Brasil ter participação mais ativa na energia solar.

Semana passada eu fiz um texto onde trouxe números de difusão da energia solar no Brasil, em especial no estado de São Paulo. Com a repercussão do conteúdo, recebi algumas contribuições e volto a falar sobre esse assunto para entendermos o que falta para o Estado mais rico do Brasil ter participação mais ativa na energia solar.

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O que falta para o Estado mais rico do Brasil ter participação mais ativa na Energia Solar?

O Estado mais rico do Brasil possui um PIB muito superior a estados com mais penetração da energia solar, nesse caso, o questionamento que fica é que a difusão da energia solar não está relacionada diretamente com o poder econômico, então procurei identificar fatores que possam explicar esses números discretos de São Paulo, principalmente com relação a geração distribuída.

Através do artigo recebi algumas contribuições importantes que me auxiliaram na escrita deste conteúdo. A partir disso, acredito que o principal motivo da densidade ser baixa está relacionada a grande concentração de consumidores de energia em cidades verticalizadas e com pouca opção do investimento tradicional Rooftop. Como a maior parte dos consumidores estão nessa condição a densidade geral acaba sendo afetada, trago aqui duas realidades, onde possuímos duas franquias da HCC. Em Guarulhos, temos até hoje 168 unidades com geração distribuída e uma densidade estimada de 21 prosumidores para cada 100.000 consumidores cativos de energia. Já em Ribeirão Preto temos 1.210 prosumidores e uma densidade de aproximadamente 350 prosumidores para 100.000 consumidores. Essa discrepância revela realmente que em locais mais verticalizados a difusão da energia solar é mais lenta.

Para viabilizar e democratizar a energia solar em um estado tão verticalizado, temos que ter modelos mais aderentes para consumidores que estão nessas condições. Atualmente os modelos de consórcios e cooperativa com geração remota são as soluções legais que poderiam pavimentar esse caminho. No entanto, temos dificuldades de compartilhar créditos em um estado com tantas distribuidoras de energia e sem a possibilidade de transferir essa energia, com isso, não é possível explorar áreas do estado com maior irradiação e com áreas de terras mais baratas.

Nesse sentido, ainda temos as restrições de isenção do ICMS para a energia injetada na rede dos modelos de Geração Compartilhada, isso acaba diminuindo a atratividade do investimento e torna esse modelo muito restrito.

Em outra linha, fiz uma avaliação de Payback das nossas franquias que estão no estado de São Paulo para vários projetos, vários segmentos e comparei com as propostas de outras franquias em outros estados. Nesse caso São Paulo, quando nos afastamos da região metropolitana o PAYBACK cai significativamente, portanto, a atratividade do projeto aumenta também, principalmente são 2 fatores que contribuem para essa redução no Payback quanto mais nos afastamos da cidade de São Paulo:

  • Melhora na radiação solar;
  • Tarifas de energia mais caras.

Se comparado com outros estados o retorno do investimento está muito próximo do estado do RS, por exemplo, onde a difusão é bem mais ampla. Nesse caso, dá para trazer um outro ponto para o debate que é a desinformação e a cultura de investimento. Com a crise da pandemia, regiões como a metropolitana de São Paulo sofreram muito com as restrições econômicas, portanto, a confiança dos consumidores diminui mais do que em outros locais do Brasil, fato que também ajuda a ratificar esses números.

Para avançarmos mais forte com a energia solar em São Paulo, precisamos mais do que nunca viabilizar investimentos com geração compartilhada para democratizar o acesso a energia solar em locais verticalizados, principalmente na região metropolitana, além disso, ajustar a legislação e ter políticas públicas para facilitar o acesso. Outro ponto importante, é o trabalho na informação e na viabilização de projetos que sejam atrativos para a maioria dos consumidores.

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