Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica: qual a diferença?

Quando se ouve falar em “apagões” na rede elétrica, logo pensamos em falha na distribuição. Geralmente, é o que ocorre. A rede no país é praticamente toda interligada, e uma falha em um dos pontos pode fazer boa parte dela cair e deixar regiões inteiras às escuras.

Por isso, um sistema confiável de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica é fundamental para a infraestrutura do país.

Neste artigo, trazemos uma explicação de cada passo dessa cadeia, esclarecendo suas principais diferenças e alguns detalhes importantes para entendermos tudo sobre o assunto, inclusive, a razão dos populares apagões. Confira!

Quais os tipos de geração de energia?

Os dois tipos de geração de energia que existem são a centralizada e a distribuída. A centralizada diz respeito a usinas de grande porte, como as hidrelétricas. A distribuída é aquela produzida próximo ao local onde será consumida, como as fazendas de energia solar. Mas como acontece esse processo, desde a produção da energia até o consumo final?

A infraestrutura que permite a transmissão da energia por todo o território do país é o Sistema Interligado Nacional (SIN). Na ponta inicial do sistema, temos as geradoras, que passam a energia produzida para as transmissoras e, estas, passam para distribuidoras, subestações localizadas nas regiões de consumo.

Geração

As geradoras, responsáveis pelo processo de captação ou produção da energia, utilizam diversas fontes. No Brasil, a principal é produzida em hidrelétricas, sendo responsável por atender à maior parte da demanda de energia.

Mas também existe, na matriz energética do país, de forma importante, a extraída de biomassa — principalmente, da cana-de-açúcar — a eólica, com boa participação na matriz energética, e a solar, que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos.

A produção de energia tem algumas regiões de destaque, chamando a atenção a hidrelétrica de Itaipu, no Sul do país, que atende a 15% da energia elétrica no país. Na região Nordeste, a eólica, produzida a partir da força dos ventos.

São Paulo e Minas Gerais lideram a produção de energia a partir de biomassa, principalmente, de bagaço de cana-de-açúcar. Já a energia solar tem a produção já bastante distribuída pelo território nacional.

A partir do momento em que a energia é gerada, ela é inserida na matriz. O modo mais comum é a partir de subestações. Especificamente no caso da energia produzida nas hidrelétricas, o montante de energia é canalizado para as subestações para posterior transformação de sua voltagem.

Essa transformação é necessária, fazendo-se um aumento em sua potência para que as perdas ocorridas em contato com o material dos cabos sejam minimizadas. Esse processo será revertido quando chegar ao seu destino, para ser levado aos clientes finais.

Transmissão

Quem nunca viu ou ouviu falar das chamadas torres de alta tensão? São estruturas bem altas, feitas de metal, implantadas em linhas que atravessam cidades, fazendas, rios, regiões desérticas e montanhosas, de forma até imponente. O papel dessas torres, a gente explica agora.

O Sistema Interligado Nacional (SIN) é uma rede integrada que precisou ser implantada devido à necessidade de se ter grande quantidade de energia disponível em regiões, principalmente, o Sudeste, que não estavam próximas à produção das maiores hidrelétricas.

Nesse sistema, assim que a energia é produzida nas geradoras, entra em cena um componente fundamental no processo, que são as subestações. A energia é, então, direcionada a um subestação que vai aumentar sua tensão, para que as perdas no percurso sejam amenizadas e a energia chegue até o próximo ponto da cadeia ainda com potência utilizável.

Geralmente, nesse longo percurso é que podem acontecer incidentes que causam danos ao sistema, como raios, rompimento de cabos, entre diversos outros. Chegando ao seu destino, que é outra subestação, a energia será preparada para entrar na rede da concessionária e chegar aos consumidores.

Essa preparação se trata de uma nova transformação na potência, baixando-a para que possa entrar no sistema local de cabeamento, que suporta tensão mais baixa, ficando pronta para distribuição.

Um ponto a se destacar na transmissão é que essa distância que a energia tem que percorrer entre o local de geração e o de consumo faz com ela tenha um custo maior. Porém, para sanar isso, seria necessário construir mais hidrelétricas, que precisam de investimentos exorbitantes e causam um impacto enorme ao meio ambiente.

Uma possível solução para o problema podem ser as energias renováveis, também chamadas energias limpas. Como exemplo, podemos citar a energia solar, cuja solução por assinatura permite produzir e “injetar” energia nas redes locais, perto de onde é produzida, sem nenhum impacto ambiental.

Distribuição

Após ter sua tensão reduzida, a energia poderá ser distribuída. Essa função é de responsabilidade das concessionárias de energia, tais como CPFL, de São Paulo, e Cemig, de Minas Gerais, por exemplo.

A energia entra na rede dessas concessionárias para que cheguem até pequenos transformadores, que vemos comumente em postes de energia. Esses transformadores baixam a voltagem para um nível em que lares e estabelecimentos possam consumir.

Essa distribuição tem uma grande ramificação e detalhamento, pois atende a todos os tamanhos de clientes, desde um pequeno domicílio até uma grande planta de produção industrial.

A divisão entre os tipos de clientes se categoriza entre redes primárias com média tensão — cujo público se compõe de empresas grandes e médias — e rede secundária, de baixa tensão, atendendo a residências e pequenos comércios, além de iluminação pública.

Qual a importância da infraestrutura de energia?

Ter uma rede de geração, transmissão e distribuição de energia confiável e com alta disponibilidade faz com que o país possa atrair mais investimentos. Isso porque a indústria, o comércio e o agronegócio dependem diretamente desse insumo para manter suas produções em níveis competitivos.

Vem desse importante item de infraestrutura um alto impacto, positivo ou negativo, no PIB (Produto Interno Bruto) do país. Esse é o motivo de constante debate e preocupação dentro da avaliação da matriz energética do Brasil pelas autoridades e pelo mercado.

Gerar, transmitir e distribuir energia elétrica de forma integrada entre todas as regiões é um processo complexo e desafiador em um país continental como o Brasil. Permitir conectar nessa rede outras fontes de energia renováveis, que possam compor a matriz energética e que tragam mais sustentabilidade ao meio ambiente, também possibilita um avanço na produção de energia limpa para o futuro.

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