Pegada ecológica é um indicador idealizado para avaliação de padrões de consumo individuais e coletivos, considerando o que as pessoas consomem em relação a que o planeta consegue produzir. Esse índice ajuda no momento de tomadas de decisões referentes a abertura de novos negócios, por exemplo, já que causa um impacto no meio ambiente.
Neste artigo, vamos falar sobre o que é pegada ecológica e qual a sua importância.
Definição de pegada ecológica
Idealizada no início da década de 1990, a pegada ecológica faz uma mensuração da relação direta entre a extensão de recursos naturais e a população em determinada área. O número obtido tem que demonstrar um equilíbrio entre os recursos e o consumo, caso contrário, apontará para a escassez, colocando a existência da população em risco.
A simples abertura de uma nova unidade fabril pode ter seu impacto medido antes de ser realmente efetuada. Esse método ainda não é utilizado extensamente pelos governos para esse tipo de situação, mas com o aumento da degradação da natureza, as chances de ser implementado são grandes.
Outro ponto importante que é considerado nesse modelo é a produção de resíduos e como são tratados de modo que o planeta possa absorvê-los, para que entrem no ciclo da natureza, tornando-se recursos utilizáveis novamente. As duas variáveis, consumo e reposição de recursos naturais, aliadas à produção de resíduos e reintegração desses ao meio ambiente, é chamada biocapacidade.
Pegada ecológica e o impacto ambiental
A continuidade da existência de vida é diretamente proporcional à capacidade regenerativa da Terra. Se o planeta morre, o que tem sobre ele também tem o mesmo destino.
A pegada ecológica e a biocapacidade utilizam hectares globais (gha) como medida para cálculos de sustentabilidade. Por utilizar termos quantitativos, demonstra de forma categórica o que o futuro reserva para determinado local, e para o planeta inteiro.
Em 1993, William Rees e Mathis Wackernagel, da Global Footprint Network (GFN), definiram esse conceito. Com isso, trouxeram uma forma prática de análise do impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente.
A média global de consumo atual é de 2,7 hectares, enquanto o planeta tem uma biocapacidade de 2,1. Por esse cálculo, continuando nesse ritmo, precisaríamos de 1,4 planeta para suprir nossa demanda, o que aponta para escassez de recursos em um futuro próximo.
EUA, Europa e China têm números muito maiores, devido ao seu alto consumo, à exploração excessiva das fontes naturais e à alta industrialização. Se o resto do planeta estivesse no mesmo nível que eles, a situação já estaria insustentável.
Por isso, países considerados “credores” nesse modelo, como é o caso do Brasil, precisam debater e implementar medidas para preservação de seus recursos. Aqui, apesar de o país ser credor, já estamos na média mundial, por falta de medidas sérias no que ser refere, principalmente, ao desflorestamento na região amazônica. Não é uma questão política, mas de sobrevivência global.
Como calcular a pegada ecológica
A análise de determinada área, utilizando essa forma de cálculo, leva em conta a quantidade de floresta, de pastagem, de pesqueiros, de cultivo e de áreas construídas. O cálculo da pegada ecológica leva em consideração formas específicas de uso de recursos, sendo medidas em unidades de área.
Alguns recursos que não permitem o enquadramento na unidade de medida ficam fora do cálculo, como é o caso da água. Para esse recurso, existe outro modelo, que é a pegada hídrica.
As chamadas sub pegadas são divisões do cálculo, que depois são somadas, totalizando o valor a ser considerado para aquele local. Todas elas são convertidas para hectares, para que os números fiquem uniformes. Veja, a seguir, a descrição de cada uma.
Retenção de carbono
Refere-se ao total de área de floresta que é necessário para absorver o dióxido de carbono, considerando a quantidade que os mares e oceanos não conseguem absorver.
Pastagem
Diz respeito à área necessária para a produção pecuária, especificamente, a criação de gado leiteiro para abate e para produção de lã e couro. O consumo de carne vermelha é um dos grandes responsáveis pela emissão de CO₂ no ambiente.
Florestal
Considera um número com base no consumo anual de madeira, que tem alto impacto ambiental.
Pesqueiros
Trata-se de um número referente à captura de peixes e mariscos, tanto de água doce quanto de água salgada. A extração de qualquer recurso da natureza precisa ser planejada e com ações de reposição, pois pode vir a se esgotar.
Áreas de cultivo
Refere-se às áreas de cultivo de alimentos e rações para animais, assim como outros tipos, tais como oleaginosas e borracha. A abertura dessas áreas de cultivo está, geralmente, associada a desmatamento, por isso, precisa de atenção especial.
Áreas construídas
Abrange todas as áreas que servem como infraestrutura para a sociedade humana, como residências, indústrias, meios de transporte, estradas e formas de produção de energia elétrica. Esse é o item de maior impacto, já que requer muitos recursos constantemente.
Pegada ecológica e o futuro do planeta
Desde a revolução industrial, no século XVIII, a utilização desenfreada de recursos naturais, sem a devida reposição, vem causando desequilíbrio no meio ambiente. As principais potências econômicas são as maiores responsáveis por esse processo.
A geração de riqueza nesses países ocasionou um desflorestamento em grandes áreas na Europa e nos EUA, principalmente. A conta da natureza chegou. O resto do mundo, que ainda tem grandes áreas preservadas, precisa trabalhar para compensar o estrago que está feito.
A implementação da pegada ecológica nesses países com áreas preservadas, que em sua maioria, são compostos por nações pobres ou em desenvolvimento, precisa de política governamental e da ajuda financeira das nações desenvolvidas, para que a média global desse indicador baixe para níveis que o planeta possa suportar.
A pegada ecológica é um indicador que está aí para nortear essas ações. O cumprimento das metas de acordos internacionais referentes à reversão da poluição no mundo passa pelos dados e pelas ações preconizadas por ele. É um caminho viável de seguir.
Concorda com nosso artigo sobre pegada ecológica e a importância dela para um modelo sustentável? Então, deixe seu comentário e vamos falar sobre isso!
