O que é pegada de carbono e como reduzir? Descubra como

Você já pensou em como uma simples refeição, uma viagem de férias, ir ao cinema ou apenas se sentar no sofá para assistir a um filme na TV pode impactar em toda a vida do planeta? Todas essas atividades têm uma coisa em comum: a geração de gases de efeito estufa (GEEs).

Essa produção de CO₂ é chamada de pegada de carbono, conceito criado para quantificar os impactos de cada atividade humana na natureza. É praticamente impossível viver sem produzir dióxido de carbono. Mesmo em pequena quantidade, quase todas as atividades de nosso dia a dia produzem esse gás e outros, que destroem a proteção de nossa atmosfera, a camada de ozônio.

Cada indivíduo tem uma pegada de carbono de incríveis quatro toneladas por ano, considerando a média global. A meta mundial é que esse valor baixe para duas toneladas ao ano, até 2050, para se evitar um aumento da temperatura média do planeta em 2°C.

Mas como fazer para reduzir esse número, na prática? Confira nossas dicas, no artigo!

Como calcular sua pegada de carbono?

É possível calcular a pegada de carbono individualmente. O cálculo é feito em calculadoras específicas, que consideram diversos aspectos de nossa vida, tais como hábitos de consumo de produtos e serviços (eletrodomésticos, eletrônicos vestuários, água, energia elétrica), bem como nosso estilo de vida (alimentação, consumo de carne, lazer, tamanho da residência).

Cada item solicitado produz uma quantidade de gases e essa quantidade é somada aos outros itens, sendo que ao final são mostrados os dados individuais frente à média global, como também os destaques para pontos que precisam ser melhorados imediatamente, como a utilização demasiada de automóvel, o alto consumo de carne vermelha, entre outros.

Na internet existem algumas calculadoras disponíveis, que podem ser encontradas, por exemplo, no site das Nações Unidas e no site do WWF Brasil.

Como diminuir a pegada de carbono no dia a dia?

Considerando que toda decisão tomada por cada indivíduo no planeta impacta o meio ambiente, a conscientização é o caminho mais indicado para mudarmos o rumo da degradação atual.

Nossos hábitos de produção e de consumo podem ter pequenas alterações que, ao se juntar a outros bilhões de indivíduos com o mesmo comportamento, impactará positivamente os números da emissão de gases estufa. Confira algumas sugestões.

Evite utilizar produtos feitos com plástico

Um bom passo inicial para redução da pegada de carbono é a redução de consumo de materiais feitos com plástico. Entre eles, podemos citar os sacos de supermercados, de lixo, garrafas de água mineral, garrafas PET, canudos, copos, pratos e talheres descartáveis.

Além de demorar muito para desaparecer da natureza, a produção de materiais de plástico demanda recursos naturais, como petróleo e água. As sacolinhas de supermercados levam cerca de dez anos para se decompor.

Esse material, que vai se acumulando nas cidades ao redor do mundo, cai nos rios e, depois, é levado aos mares. Isso faz com que animais marinhos os confundam com alimentos, muitas vezes, causando sua mortandade.

Verifique nos rótulos das embalagens se elas são recicláveis ou se foram feitas a partir de material reciclável. Isso mostra uma preocupação da empresa com a preservação da natureza. Consumir produtos que tenham esses requisitos reduzirá sua pegada de carbono.

Altere os hábitos alimentares

Considerar o tipo de embalagem ao se comprar os alimentos é um ponto importante, mas um fator que pesa muito quando falamos de hábitos alimentares é o consumo de carne vermelha. Além de serem necessários recursos naturais em sua produção, o gado emite muito metano no ambiente, em seu processo de digestão.

Dados da FAO apontam que a pecuária é responsável por 14,5% dos gases prejudiciais à camada de ozônio, um dos setores que mais impactam as mudanças climáticas. Eliminar o consumo de carne é algo considerado difícil para muitas pessoas, mas reduzir consideravelmente é possível.

Iniciativas como ficar um dia da semana sem comer carne, se tiverem boa adesão da população, podem reduzir esse impacto de imediato. Evitar desperdício de alimentos também auxilia muito.

Guardar alimentos em utensílios transparentes ajuda a identificar se devem ser consumidos imediatamente ou em dias próximos, evitando que se estraguem. Cada vez que um alimento vai para o lixo, uma porção equivalente, provavelmente, terá que ser produzida novamente, utilizando recursos naturais em dobro.

Plante árvores ou ajude entidades que cuidam de reflorestamento

Reflorestar também é uma ação importante para reverter as mudanças climáticas, pois mais de 10% delas se dão por conta do desflorestamento no mundo. Além de recompor o que foi destruído, evitar que novas áreas sejam devastadas é fundamental nesse processo.

Entidades privadas e governamentais ainda atuam de forma tímida nesse sentido. É preciso mais conscientização e mais recursos financeiros para fazer a preservação se tornar realidade.

Procure alternativas para transporte

Utilizar meios de transportes que não poluem, como as bicicletas ou o transporte público, seria o ideal para evitar a alta emissão de poluentes causada pelos carros. Como no Brasil existem poucas ciclovias e o transporte público é muito precário, a recomendação para quem precisa do carro é tentar minimizar essa emissão.

Procure acelerar apenas em momentos necessários, utilizar menos o ar-condicionado, manter os pneus calibrados e utilizar caronas, visando a colocar menos carros nas ruas ao mesmo tempo.

Diminua o consumo de produtos químicos

Nós nos acostumamos com a facilidade que é a utilização de produtos químicos, sejam eles de limpeza, sejam de higiene pessoal, cosméticos, entre diversos outros que se incorporaram a nossa rotina. O indicado, nesse caso, é reduzir ao máximo a variedade, deixando o essencial para ser utilizado no dia a dia.

Quanto menos produtos químicos utilizarmos, menor será a emissão de poluentes, impactando diretamente a qualidade do meio ambiente.

Controle o consumo de energia

O consumo energia elétrica também impacta a poluição, principalmente, se ela não vier de uma fonte renovável, como a solar. Mesmo a energia do Brasil, que vem das hidrelétricas, em sua maior parte, tem um impacto ambiental considerável, já que a construção das hidrelétricas utiliza áreas imensas, que poderiam ser de florestas.

Para minimizar a pegada de carbono, podemos ficar atentos a detalhes no dia a dia, como apagar luzes em ambiente vazios, trocar as lâmpadas comuns por LED, utilizar o ar-condicionado apenas se for realmente necessário e evitar os eletrodomésticos que não tenham selo de eficiência energética, substituindo por outros que tenham.

Como compensar nossa pegada de carbono?

Mesmo ficando atentos a todos esses fatores, provavelmente, ainda deixaremos uma pegada de carbono. Para resolver isso, existe o conceito de compensação. Esse processo é feito a partir da doação de dinheiro a um projeto responsável pela redução de efeito estufa, ou ao consumir produtos de empresas que façam essa compensação por outros meios.

As empresas podem obter certificados que atestam sua capacidade de compensação de produção de gases de efeitos estufa, seguindo padrões definidos em normas como a ISO 14067. Essa certificação preconiza princípios e requisitos para se calcular e comunicar dados sobre a pegada de carbono em seus produtos (PCP).

Controlar a produção de CO₂ é fundamental para que o nosso planeta mantenha as condições de manutenção da vida. É impossível viver sem produzir gases de efeito estufa, mas é possível deixar sua emissão em níveis aceitáveis, a partir do controle da pegada de carbono. As ferramentas para isso já estão disponíveis, bastando as autoridades e a sociedade civil utilizá-las para garantir um planeta habitável para as gerações futuras.

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